Criar uma lata de sardinha em forma de lingote para valorizar este produto português no estrangeiro. É este o projecto de 20 milhões de euros que junta dez conserveiras portuguesas que esperam obter o apoio dos fundos europeus da “bazuca”.
As conserveiras portuguesas José Gourmet, Ramirez, Cofaco, Cofisa, Briosa, A Poveira, Conserveira do Sul, Pinhais, Conservas Portugal Norte e Comur juntaram-se para criar uma lata de sardinha em formato de lingote.
O projecto está orçado em 20 milhões de euros e conta receber fundos da chamada “bazuca” europeia através do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR). A candidatura foi submetida em Setembro passado e ainda aguarda aprovação, segundo apurou o Eco.
A missão do projecto é “criar um mercado novo, de nicho, para as conservas portuguesas”, como explica àquela publicação o administrador da Comur, Paulo Moreira.
“É um projecto que envolve todo o sector e a ideia passa por juntar as dez conserveiras portuguesas que trabalham a sardinha, de forma a envolver todas as conserveiras de Portugal”, explica ainda Paulo Moreira ao Eco.
Esta lata terá forma de lingote porque, afinal, “a sardinha é o ouro português”, segundo o administrador da Comur.
Cada lata de sardinha será vendida por 20 euros e o objectivo é “valorizar o cluster das conservas portuguesas”, salienta ainda Paulo Moreira.
“Queremos ter uma conserva feita da mesma forma por todas as conserveiras que trabalham a sardinha”, nota o administrador da conserveira.
Dos 20 milhões orçamentados, 10 milhões deverão ser investidos na “comunicação do produto”, nota o Eco.
“Se este produto tiver o sucesso que esperamos, tudo o que seja conserva portuguesa vai beneficiar desta imagem e de toda a comunicação que vai ser feita”, nota Paulo Moreira, realçando que a ideia é que haja “um efeito de arrastamento sobre o cluster, ao remunerar muito melhor desde o pescador aos restantes intervenientes”.
Cerca de 70% da produção nacional de conservas é exportada, segundo dados da Associação Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe (ANICP) citados pelo Eco.
Em 2019, “foram exportadas cerca de 50 mil toneladas de conservas portuguesas, o que correspondeu a uma facturação superior a 200 milhões de euros“, destaca a publicação.
Artigo retirado de ZAP